quarta-feira, 22 de abril de 2009

Cidadania ou morte?


A juventude brasileira, organizada em inúmeros grupos nas comunidades, escolas, campo, periferias, aglomerados, assentamentos, entre outros lugares e formas de encontro iniciam hoje a Semana da Cidadania. Coloca-se em pauta a criminalização dos/as jovens com o desejo de fomentar uma grande marcha em prol da vida: JUVENTUDE EM MARCHA CONTRA A VIOLÊNCIA. Estamos no ano da escuta dos/as jovens em seu lugar vital. Esta escuta tem sido muito dolorosa porque a situação de vulnerabilidade jovem é imensa tanto quanto a violência à que estão sujeitos cotidianamente. Eis alguns relatos:
- Natal, Rio Grande do Norte, janeiro de 2009 – 9º Encontro Nacional da Pastoral da Juventude: uma jovem, indo almoçar num restaurante bem perto do Colégio Marista, onde se realizava o encontro, fora abordada por jovens que lhe queriam tomar o celular. Mesmo que ela estivesse rodeada de amigos!
- Bom Jesus da Lapa, Bahia, janeiro de 2009 – 3º Congresso Nacional da Pastoral da Juventude do Meio Popular: ao tempo todo éramos alertados para cuidar-nos e nunca subir sozinhos as pedrarias do morro que da beleza e encanto ao Santuário de Bom Jesus da Lapa porque nas trilhas há muito perigo de roubos.
- Orizona, Goiás, março de 2009 – Um jovem negro, liderança da Pastoral da Juventude Rural sofrera tentativa de extorsão e chamara a polícia. Ao chegar, a polícia deixa de lado o acusado da infração criminosa e aborda a vítima da extorsão como se fosse ele o acusado, interrogando-o sobre a origem do seu dinheiro e da computador em suas mãos. Isso porque é um jovem negro- relatou o jovem ao desabafar a humilhação sofrida pelos que são funcionários para garantir a paz e integridade de qualquer pessoa!
- Catú, Bahia, março de 2009 – Assembléia Nacional da Pastoral da Juventude Rural: alguns jovens, saindo à noite, mesmo estando em grupo sofreram tentativa de assalto numa pacata cidade que fica aproximadamente 2hs de Salvador. Aprofundando, as estatísticas apontam que ela está entre as 5 cidades mais violentas do Brasil.
- Viçosa, Minas Gerais – 6ª feira da Paixão de 2009 – Quando D. Eurico fazia o sermão de descida da cruz e falava da violência nos dias de hoje, um jovem é assassinado com quatro tiros na cabeça no quarteirão da frente da igreja.
E você, que situações de violência tem presenciado em sua realidade?
Envio em anexo, uma proposta para provocar a discussão. Nesta semana, é importante reunir a comunidade para conhecer e aprofundar as conseqüências da violência em nosso país. A Campanha da Fraternidade deu passo significativo para nos ajudar a agir nesta dura realidade. Queremos continuar em marcha, num só mutirão de defesa da vida. Neste tempo da Páscoa de Cristo, queremos olhar para os jovens crucificados e mortos diariamente. São mais de 50 no Brasil! Que horror, que terror. Estamos vivendo em período de guerra nem nos damos conta! Na Páscoa de Cristo, queremos experimentar a libertação de nossos jovens sofrem com a criminalização.
Abrace esta campanha a partir dos conselhos de S. Paulo Apóstolo: sustente sua “fé por meio de obras” que garantam a vida de nossos/as jovens.
Com o coração apertado e dolorido por tantas corpos matados e vidas ceifadas, que nesta Páscoa o Senhor Ressuscitado alimente nossa vida para o compromisso com o povo de Deus que busca a terra onde corre leite e mel.
Boa Semana da Cidadania. Envie ao Setor Juventude (
juventude@cnbb.org.br) relatos das atividades da semana e ações realizadas para defender a vida dos/as jovens.
Na Páscoa de Cristo, eis que os jovens rompem o silêncio e gritam por paz!

"É tempo de escutar os/as jovens em seus lugares vitais"!

Na ternura jovem,
Pe. Gisley Azevêdo Gomes, css
Assessor Nacional Setor Juventude - CNBB

Um comentário:

  1. Realmente a assessoria é muito boa e sobre o Pe. Gisley ele é um grande testemunho de defesa da juventude, em nome da Igreja, na CNBB, e muito competente e capacitado. Além de tudo é um padre extremamente jovem e empenhado pela vida da Evangelização da Juventude. Seu texto é um reflexo do seu olhar pela juventude brasileira. Será muito importante a contribuição de Pe. Gisley em nosso meio e nos fazendo recordar dos jovens feridos e oprimidos de nossa época.

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